A réguada estação hidrométrica telemétrica do Cais Mauá, que foi danificada pela enchente em Porto Alegre em maio, deverá ser reparada em até 30 dias, conforme estimativa da secretária estadual do meio ambiente, Marjorie Kauffmann. Enquanto isso, as medições estão sendo realizadas por meio de uma estrutura provisória instalada na Usina do Gasômetro.
A Água e Solo Estudos e Projetos foi selecionada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) para realizar a reforma desta régua e de outras 11 estações de monitoramento de nível de rios e precipitações no Estado. A secretária confirmou que a empresa iniciou o trabalho de diagnóstico dessas unidades prioritárias nesta segunda-feira (2).
— O diagnóstico já começou. A equipe vai inspecionar todas as estações e avaliar o estado da rede como um todo. Embora existam 160 estações, as prioritárias, que fornecem alertas para eventos críticos, serão reparadas imediatamente — explica a secretária.
Além de Porto Alegre, as demais estações estão localizadas nos municípios de Caraá, Triunfo, Picada Café, Taquara, Alvorada, Glorinha, São Lourenço do Sul, Sinimbu, São Gabriel, Rosário do Sul e Rolante. Algumas destas já necessitavam de manutenção antes mesmo das cheias.
12 estações que serão recuperadas
Município — Rio — Nome da estação
Porto Alegre — Rio Guaíba — Cais Mauá C6
Caraá — Arroio Caraá — Arroio Caraá
Triunfo — Rio Jacuí — Triunfo
Picada Café — Rio Cadeia — Picada Café
Taquara — Rio Paranhana — Foz do Paranhana
Alvorada — Rio Gravataí — Corsan Alvorada
Glorinha — Rio Gravataí — Quatro Irmãos Canal Gravataí
São Lourenço do Sul — Arroio Candombe – Passo do Cadombe
Sinimbu — Rio Pardinho — Sinimbu Centro
São Gabriel — Rio Vacacaí — Passo do Rocha
Rosário do Sul — Rio Ibicuí da Armada — Passo dos Farrapos
O contrato também inclui um diagnóstico completo das 160 estações sob responsabilidade do Estado.
— A necessidade de uma empresa para fornecer esse suporte foi identificada desde os eventos climáticos do ano passado. Assim, o levantamento será realizado em toda a rede. A expectativa é que em dois a três meses tenhamos um relatório completo — estima Marjorie.
A secretária espera que, com base nas avaliações, seja possível realizar o reparo das outras estações nos próximos meses.
A empresa contratada possui sedes em Porto Alegre e Viamão, na Região Metropolitana, e já desenvolveu projetos em rios como Jacuí, Camaquã e Santa Maria.
Novos modelos de previsão
Marjorie Kauffmann também mencionou que a equipe técnica da Sema está avaliando a necessidade de reposicionar ou instalar novas estações:
— O foco principal é a implementação de uma nova modelagem hidrodinâmica, que oferece previsões mais precisas do que a atual no Rio Grande do Sul.
A modelagem hidrodinâmica é um método de monitoramento que analisa chuvas e níveis de rios, além de considerar outros fatores como tipo de terreno e topografia. Isso permite uma previsão mais precisa de onde a chuva ou inundação poderá ocorrer e com qual intensidade.
Segundo a secretária, o projeto foi submetido ao comitê científico do Plano Rio Grande e deve ser retornado para a Sema e Defesa Civil estadual na próxima semana.
— Com a nova modelagem e o modelo digital do terreno, o Rio Grande do Sul terá previsões muito mais precisas e ágeis. Assim, poderemos contar com um sistema de previsão verdadeiramente robusto — conclui.
Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2024/09/regua-do-cais-maua-em-porto-alegre-deve-voltar-a-operar-ate-o-final-de-setembro-diz-secretaria-do-meio-ambiente